Antes de chegar até nós por meio dos colonizadores portugueses, as "Folhas Soltas" com poemas e notícias já haviam se tornado fonte de renda alternativa para cegos que as vendiam nas feiras e portas de igrejas da Europa medieval. Evoluindo de formato (da folha solta para o folheto encadernado) os poemas passaram a ser dependurados em cordões nas bancas dos vendedores, daí a denominação Literatura de Cordel (cordel que no português lusitano é o mesmo que cordão em nosso português brasileiro).
No Nordeste do Brasil os cantadores repentistas foram responsáveis pela disseminação da poesia popular, tempos antes do surgimento dos folhetos, percorrendo as cidades e povoados cantando notícias, ocorridos, romances e um vasto repertório de canções. Ganhando força e expressão próprias com a inserção de fatos, dialetos, personagens, crenças e mitos de cada localidade, esta forma de comunicação seguiu crescendo cada vez mais principalmente entre os moradores das zonas rurais. A Literatura de Cordel ganhou cada vez mais espaço nos centros urbanos e hoje é identidade do povo nordestino, tornando-se forte ícone da cultura popular do país.
No Cariri cearense nasceram grandes repentistas e cordelistas, poetas importantes que tornaram a região referência na produção de literatura popular. Muitos migraram para o Juazeiro do Norte em busca de novas oportunidades. Entre os principais destacam-se: Patativa do Assaré, Aderaldo Ferreira de Araújo (Cego Aderaldo), Pedro Pereira da Silva (Cego Oliveira) José Bernardo da Silva, Manoel Caboclo e Silva, Expedito Sebastião da Silva, os irmãos Bandeira, e tantos que formam ao lado de outras estrelas o céu da nossa poesia.
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Para saber mais, leia:
Capa do folheto Peleja de Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum de Firmino Teixeira do Amaral, xilogravura de autor desconhecido, s/d. |
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Para saber mais, leia:
Lopes, José Ribamar (Org.). Literatura de cordel; antologia. 3. ed. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 1994.
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