Capa do folheto "O Verdadeiro Romance do Reino da Pedra Fina" acompanhado de "O Rei Miséria e seus filhos" ambos os títulos de Leandro Gomes de Barros, editado por Pedro Baptista na Paraíba, ano de 1919. |
Leandro montou uma pequena tipografia no ano de 1906 e a partir dela escrevia, editava e vendia seus folhetos chegando a ser um profissional do verso e viver exclusivamente de seu trabalho poético. Os seus romances e personagens estão ainda hoje vivos na memória do povo sertanejo e passam de geração pra geração através das inúmeras reedições de suas obras. No livro ‘O Auto da Compadecida’ de Ariano Suassuna traz um enredo inspirado em folhetos de Leandro Gomes de Barros, como por exemplo: ‘‘O Dinheiro” (Testamento do Cachorro) e ‘‘O Cavalo que Defecava Dinheiro”. No ano 2000 a obra de Ariano Suassuna foi adaptada para o cinema com o mesmo nome sob a direção de Guel Arraes.
Leandro Gomes de Barros foi um dos pioneiros na área de edição e comercialização de folhetos de cordel e com a sua Tipografia Perseverança espalhou pelos sertões centenas de folhetos. Não é possível estabelecer o número exato de títulos escritos por Leandro, mas os pesquisadores estimam que se aproxime de mil as obras de sua autoria. Leandro Gomes de Barros contribuiu inclusive com uma coluna poética no jornal “O Rebate” (1909-1911) de Juazeiro do Norte-CE, publicando versos na seção intitulada Lyra Popular.
Capa do folheto "História do Boi Misterioso". Note a menção ao editor proprietário no cabeçalho da capa. |
Entre os principais títulos de Leandro podemos citar: “A Batalha de Oliveiros com Ferrabrás”, “O Cachorro dos Mortos”, “Roberto do Diabo”, “O Reino da Pedra Fina”, “O Juazeiro e o Padre Cicero”, “História de João da Cruz”, “História do Boi Misterioso”, “A Vida de Pedro Cem”, “O Soldado Jogador”, “A Morte de Alonso e a Vingança de Marina”, “A Vida e o Testamento de Cancão de Fogo”, “A Confissão de Antônio Silvino”, entre tantas outras histórias que permanecem vivas na memória do povo sertanejo.
Capa do folheto "O Soldado Jogador". |
Dia 19 de novembro é, portanto a data maior em que se comemora o dia do Poeta Cordelista em homenagem ao nascimento do maior poeta do gênero em todos os tempos. Leandro Gomes de Barros faleceu aos 52 anos na cidade de Recife-PE no dia 04 de março de 1918.
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Para saber mais, leia:
Carvalho, Gilmar de. A Xilogravura de Juazeiro do Norte. Fortaleza: IPHAN, 2014.
CEARÁ. Secretaria de Cultura, Desporto e Promoção Social. Antologia de literatura de cordel. Fortaleza, 1978.
Lopes, José Ribamar (Org.). Literatura de cordel; antologia. 3. ed. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 1994.
Melo, Rosilene Alves de. Arcanos do verso: trajetórias da literatura de cordel. Rio de Janeiro: 7Letras, 2010.
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